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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vivo para não deixar o horror cair no esquecimento
Sobrevivente do extermínio de judeus na Segunda Guerra tem como missão de vida passar sua história aos jovens
Rio - Há 72 anos, o então adolescente judeu Aleksander Laks, estudante de uma escola improvisada pelos nazistas no gueto de Lodz, na Polônia, desconfiou quando os responsáveis pelo colégio mandaram todos os alunos comparecerem sem falta no dia seguinte e resolveu ficar em casa. Na manhã seguinte, todos os colegas foram executados.

Um dos mais famosos sobrevivente do Holocausto que hoje vivem no Brasil, Laks, 84 anos, tem nas escolas a grande missão da sua vida: não deixar que os horrores da Segunda Guerra (1939/1945) caiam no esquecimento. Aos 17 anos, ele foi resgatado de campos de concentração pesando apenas 28 quilos. Além de dar várias palestras por semana contando como sobreviveu após passar por três campos na Polônia e na Alemanha, Laks mantém ainda contato com jovens através de sites como o Facebook e o Orkut.

Foto da escola em que todos os alunos, menos ele, foram executados | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Neste último, por exemplo, ele já tem dois perfis — no primeiro, o limite de amigos já foi atingido — e há uma comunidade com o título de ‘O Sr. Laks é um fofo’.

“Hoje eu vivo para manter viva a memória, não deixar o Holocausto cair no esquecimento. Dou palestras em escolas públicas, particulares, universidades e igrejas. Os jovens recebem esse testemunho chorando”, afirma. Além do Rio, ele também percorre outros estados contando como se tornou o único sobrevivente de uma família de 60 pessoas, arrasada pela perseguição nazista aos judeus.

Livro a caminho

Entre as várias palestras por semana e navegadas na Internet, Laks ainda encontra disposição para preparar um novo livro. Seu primeiro, ‘O Sobrevivente - Memórias de um brasileiro que escapou de Awschwitz’, teve dez edições em 10 anos. A nova obra, ainda sem título e editora, será sobre a vida de Laks no Brasil, onde chegou em 1948. “Estava num campo de refugiados e inicialmente não pude vir porque era judeu. Depois, consegui ir para os EUA, e, de lá, como turista, para o Rio, onde tinha uma tia. Constituí família e nunca mais sai. Sou brasileiro”, conta.

Pais de Laks foram executados e trem, bombardeado

Atual presidente da Associação Brasileira dos Israelitas Sobreviventes da Perseguição Nazista, Laks ficou sob o poder do exército de Hitler entre 1939 e 1944. Depois de sair do gueto de Lodz, ele passou pelos campos de concentração de Auschwitz-Bikenau e Gross-Rosen.

Sua mãe morreu no primeiro e o pai, depois da chamada ‘Marcha da Morte’, percurso a pé até o campo de Flossenbürg, na Alemanha. “No caminho, me pediu que, se sobrevivesse, contasse o que passamos”.

Durante o período nos campos, Laks teve o nariz quebrado por um guarda e, enquanto tinha um dos dentes arrancados, foi obrigado a não gritar para não ser executado.

A liberdade veio no fim da guerra. “Estava sendo levado num trem para ser executado, quando ele foi bombardeado. Muitos passageiros morreram em outros vagões, mas quando abriram a porta, eu estava livre”.
Fonte: O Dia on line, 10/01/11.





O Sobrevivente — Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz
Aleksander Henryk Laks, com Tova Sender
Ensaio 176 páginas
Formato: 14 x 21 cm
ISBN: 8501058319

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Quem se depara com o simpático semblante do polonês naturalizado brasileiro Aleksander Henryk Laks, 72, não acredita que este senhor resistiu por seis anos em campos de concentração até ser libertado pelas tropas aliadas do nefasto campo de Auschwitz. Sobrevivente dos horrores e atrocidades nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, Aleksander relata os sofrimentos inimagináveis aos quais foi submetido e conta como conseguiu a eles sobreviver no livro O SOBREVIVENTE — Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz, escrito com a colaboração de Tova Sender.
Presidente da Associação Brasileira dos Israelistas Sobreviventes da Perseguição Nazista, Aleksander Laks tornou-se um defensor ardoroso da tolerância entre as pessoas e fez de sua vida um exemplo de como ter e manter a esperança.
Seu calvário começou quando o exército nazista invadiu a Polônia, em setembro de 1939. A partir daí, sua vida e de sua família transformou-se numa luta diária pela sobrevivência. Aleksander — então com 12 anos —, deparou-se com amigos e parentes amarrados ou enforcados no alto de postes da sua cidade natal, Lodz, e viu soldados alemães arrancarem as barbas de judeus com as mãos, deixando suas faces em carne viva.
No entanto, este foi apenas o começo da série de crueldades impingidas aos judeus. Uma delas foi a fome, que matou cinco mil pessoas no primeiro mês de invasão. Logo após, ele e sua família foram confinados ao gueto de Lodz. Das 160 mil pessoas lá confinadas, Aleksander foi uma das 1.600 que sobreviveram ao gueto.
A fome fez com que a família Laks se entregasse aos nazistas. Levados para diversos campos de concentração, Aleksander — aproximadamente com 16 anos — viu sua mãe pela última vez ao descer do trem que os levou para Auschwitz, lugar onde viveu os momentos mais torturantes da sua vida. Os prisioneiros, com parasitas por todo o corpo, tinham seu pêlos arrancados, suas cabeças raspadas e passavam por banhos com produtos químicos. Uma das torturas mais comuns era o método número 25. Os judeus eram amarrados de bruços em cavaletes e espancados nas costas com pedaços de pau, esmigalhando os rins que saiam junto com o sangue através dos poros.
Depois de ver sua mãe caminhar para a câmara incineradora, assistiu a morte de seu pai que não resistiu às semanas de caminhada na chamada "Marcha da Morte", de mais de 500 quilômetros, entre vários campos de concentração. Dos 600 prisioneiros que partiram de Auschwitz, apenas 50 sobreviveram. E novamente Aleksander estava entre eles.
A redenção veio junto com a chegada do exército aliado. Aleksander foi salvo pelas tropas que interceptaram o trem que o levava de um campo de concentração para outro. A certeza de que seu calvário teria fim veio na forma de um copo de leite quente, entregue por um soldado aliado.
Aleksander Henryk Laks tem 72 anos e vive em Copacabana no Rio de Janeiro. Presidente da Associação Brasileira dos Israelistas Sobreviventes da Perseguição Nazista, Laks dá palestras e seminários sobre sua experiência durante a Segunda Guerra Mundial, com a intenção de esclarecer as pessoas sobre a necessidade de maior tolerância entre os seres humanos. Atualmente, é consultor histórico da mini-série da TV Globo, Aquarela do Brasil.


Fonte: http://www.editoras.com/record/058319.htm

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